segunda-feira, 16 de abril de 2012

RATINHO PUBLICA NOVAS GRAVAÇÕES DA PF ONDE O JN TEVE ACESSO E DIVULGOU MAIS POLITICO NO NOVO ESCÃNDALO.

Novas gravações da Polícia Federal às quais o Jornal Nacional teve acesso mostram influência de Carlinhos Cachoeira – por meio do ex-vereador do PSDB Wladimir Garcez – na nomeação de funcionários públicos para o governo de Goiás, comandado por Marconi Perillo (PSDB). O bicheiro foi preso em fevereiro pela Polícia Federal, acusado de chefiar uma quadrilha de jogos ilegais no estado.
Nesta segunda (16), Perillo esteve no Ministério da Fazenda, em Brasília. Ele evitou a imprensa e não atendeu aos pedidos de entrevista. Segundo a assessoria, o governador não teve encontro oficial com Wladimir Garcez em abril do ano passado. O governador não se pronunciou sobre as supostas nomeações. E o advogado de Garcez não foi localizado para comentar o caso.
A conversa foi gravada foi gravada pela PF em 11 de março do ano passado. Carlinhos Cachoeira fala com Garcez, considerado braço direito no esquema do bicheiro. Garcez, que está preso, diz que o governador Marconi Perillo autorizou contratações de pessoas selecionadas por Cachoeira.
- Wladimir Garcez: Então é o seguinte, o govenador liberou os negócios dele e eu falei para ele que nós temos mais quatro pedidos. Esse de Anápolis, ele resolveu que vai lotar nas nomeações. Os de Goiânia, ele vai ver a questão de gerência aqui. Aí tem duas ou três gerências para vir para nós, para a gente discutir quem são são os nomes.
- Carlinhos Cachoeira: Tá, cê põe a Vanessa numa. A Rosana pode ser um salário de R$ 2 mil. A Vanessa é gerência, tá?
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Em outro trecho das gravações, Garcez comemora as nomeações conseguidas no governo de Perillo e recebe elogios de Cachoeira.
- Garcez: nós estamos com sete pessoas só aqui, né?
- Cachoeira: Ocê, é o seguinte, Wladimir, ocê é o cara que mais põe gente nesse governo aí.
- Garcez: Agora, tem uns carguinho aí que nós vamo poder atender muita gente.
Conversas e trocas de mensagens com Carlinhos Cachoeira levaram à demissão, há duas semanas, de Eliane Gonçalves Pinheiro, chefe de gabinete de Marconi Perillo.
Distrito Federal
Em Brasília, o governo do Distrito Federal abriu investigação contra Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz (PT). Cláudio Monteiro foi afastado do cargo na semana passada, acusado de receber dinheiro para nomear funcionários a pedido de Cachoeira.
O governador Agnelo Queiroz vai enfrentar o primeiro pedido de impeachment na Câmara Legislativa. O pedido foi protocolado nesta segunda pela ONG Adote um Distrital.

sábado, 14 de abril de 2012

MINÍSTRO NEGA LIMINAR PARA SENADOR "DEMÔNISTRO" TORRES.


O ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski negou na tarde desta sexta-feira (13) pedido de liminar (decisão provisória) feito pela defesa do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com a finalidade de suspender o inquérito aberto no tribunal para investigar o parlamentar.
(Correção: inicialmente, esta reportagem informou que o ministro havia negado pedido de anulação das provas contra o senador. A informação foi corrigida às 17h45).
Demóstenes responde a inquérito no STF em razão de investigação da Polícia Federal que aponta envolvimento dele com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso desde o dia 29 de fevereiro por suspeita de comandar um esquema de jogo ilegal.
O pedido de liminar tinha por objetivo suspender a tramitação do inquérito até que o plenário do STF julgue ação que pede a declaração de ilicitude das gravações de conversas telefônicas entre Demóstenes e Cachoeira.
O advogado do senador, Antonio Carlos de Almeida Castro, argumenta que, na condição de senador, as escutas de telefonemas de Demóstenes só poderiam ter sido autorizadas pelo Supremo e não pela Justiça Federal de Goiás. Ainda não há data para o julgamento pelo plenário do mérito da ação.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, defende a legalidade das escutas. Para ele, a descoberta da relação entre o parlamentar e Cachoeira foi um "achado fortuito". "O senador Demóstenes jamais foi alvo das interceptações telefônicas. As interceptações tinham por alvo Cachoeira e outras pessoas não detentoras de prerrogativa de foro e por isso podiam ser, como foram, autorizadas pela Justiça Federal em Goiás", declarou.
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Senado
No Senado, Demóstenes responde a um processo por quebra de decoro parlamentar junto ao Conselho de Ética, que pode levar à perda do mandato.
Devido às denúncias, o parlamentar renunciou o cargo de líder do DEM e anunciou a desfiliação do partido. Nesta quinta, o senador esteve na reunião do Conselho de Ética do Senado e afirmou que irá provar sua inocência.