sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

RATINHO DIVULGA MAIS UM PROBLEMA DO ENEM

O procurador regional federal na 5ª Região, Renato Rodrigues Vieira, protocolou nesta sexta-feira (20) recurso contra a decisão da Justiça Federal do Ceará que determinou acesso de todos os estudantes do Brasil ao espelho de correção das redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), feito em outubro de 2011.
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Decisão da Justiça dificulta edição do Enem em abril, diz Haddad
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O recurso foi apresentado à presidência do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Pernambuco, ao qual está subordinada a Justiça Federal do Ceará. De acordo com o MEC, atualmente o governo não possui uma ferramenta devidamente testada que comporte essa consulta.
O ministério ressalta ainda que firmou em agosto do ano passado um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público Federal, no qual o governo se compromete a dar vistas à redação apenas a partir da edição de 2012 do Enem.
Além de ordenar a apresentação de cópias das provas de redação, e respectivos espelhos de correção, a decisão de primeira instância da Justiça Federal do Ceará, divulgada no dia 17, concedeu aos candidatos o direito de pedir revisão administrativa das respectivas provas, para permitir a utilização das novas pontuações eventualmente obtidas no resultado da edição atual do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, qualquer eventual mudança de regra para o Enem deveria valer também para outros concursos. "O que nós defendemos é que as regras que valerem pro Enem têm que valer para todos os vestibulares e concursos públicos do país. Não pode ter uma regra para um concurso e outra regra pra outro concurso."
Edição de abril
Em entrevista nesta quinta-feira (20), o ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que a decisão da Justiça do Ceará torna difícil viabilizar edição do Enem em abril, conforme previsto anteriormente. A quatro dias de deixar o Ministério da Educação para se dedicar à disputa pela prefeitura de São Paulo nas eleições de outubro, ele disse que a pasta poderá abrir mão de realizar duas edições do Enem em 2012.
Segundo o ministro, o governo "não pode lançar a ideia" sem ter condições de "atender". "O coroamento do Enem passa por duas edições por ano, mas não podemos colocar a máquina em fadiga, sobretudo com essas novas exigências que estão sendo feitas pelo Ministério Público”, afirmou em entrevista após participação no programa de rádio "Bom Dia, Ministro", produzido pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (19) que a decisão da Justiça do Ceará de permitir acesso aos estudantes às provas de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) torna difícil viabilizar edição do Enem em abril, conforme previsto anteriormente. A cinco dias de deixar o Ministério da Educação para se dedicar à disputa pela prefeitura de São Paulo nas eleições de outubro, ele disse que a pasta poderá abrir mão de realizar duas edições do Enem em 2012.
Segundo o ministro, o governo "não pode lançar a ideia" sem ter condições de "atender". "O coroamento do Enem passa por duas edições por ano, mas não podemos colocar a máquina em fadiga, sobretudo com essas novas exigências que estão sendo feitas pelo Ministério Público”, afirmou em entrevista após participação no programa de rádio "Bom Dia, Ministro", produzido pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).
(Correção: ao ser publicada, esta reportagem informava no título e no texto que a decisão citada pelo ministro era do Ministério Público. A decisão pelo acesso de estudantes às provas de redação é da Justiça do Ceará, com base em exigências do Ministério Público. A informação foi corrigida às 10h50.)
Procurado pelo G1, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela prova do Enem, disse que apenas o MEC está tratando publicamento do assunto.
Em maio do ano passado, o MEC publicou no "Diário Oficial da União" uma portaria que oficializou a realização de pelo menos duas edições do Enem por ano e confirmou as datas das provas do primeiro semestre de 2012 para 28 e 29 de abril.
Segundo Haddad, uma empresa de gestão de risco contratada pelo ministério vai avaliar se, diante das novas exigências da Justiça, a pasta terá condições de manter as datas previstas para o exame neste ano.
“Tem uma empresa de gestão de risco justamente para verificar se há condições de atender a demanda que está sendo feita pelo Ministério Público ou se ainda teremos que manter uma edição por ano”, afirmou Haddad. Indagado se poderá não haver exame do Enem em abril, o ministro afirmou: "Sim [pode não haver]. Eu já disse que é uma decisão técnica."
Na última terça-feira (17), a Justiça Federal no Ceará concedeu o direito aos 4 milhões de candidatos de todo o Brasil que fizeram a prova do Enem a terem acesso às cópias das provas de redação, e respectivos espelhos de correção.O Ministério da Educação já anunciou que vai recorrer da decisão por não ter condições técnicas de viabilizar a entrega das redações a todos os estudantes.
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O ministro criticou a decisão da Justiça do Ceará e classificou a atuação do Ministério Público, autor da ação, de "ideológica". "Vestibulares com 30, 40 anos de existência não têm nenhum pleito do Ministério Público. Dá quase impressão de que há uma questão ideológica por trás disso”, afirmou.
O ministro reafirmou também que o Inep não tem condições "tecnológicas" de viabilizar a entrega das provas a todos os estudantes.
“Nós fizemos um acordo com o Ministério Público que foi homologado por um juiz de Brasília. Eu penso que o juiz de Fortaleza desconsiderou a decisão já tomada pelo seu colega aqui em Brasília, e tomada há muitos meses. Então, o Inep não se preparou tecnologicamente para oferecer vista para 4 milhões de pessoas que possam requerer", disse.
"Eu até estranho por que isso foi feito agora e não no momento do edital. No edital já estava previsto isso. Tem hora para fazer. A hora para fazer é quando se lança o edital”, completou.
Vazamento
Mais cedo, durante entrevista ao programa de rádio "Bom Dia, Ministro", Haddad, que concorrerá neste ano à prefeitura de São Paulo pelo PT, condenou a ação de um professor do Colégio Christus, em Fortaleza, que teria revelado a alunos conteúdo da prova realizada no ano passado. "É lamentavel a postura de um professor, que exerce a função de coordenador para alunos que não precisa de muleta, que não precisam dessa ajuda criminosa", disse.
No dia 13, a Polícia Federal de Brasília indiciou um professor e um funcionário que aplicou a prova por estelionato pelo vazamento de 14 questões do Enem de 2011. De acordo com a polícia, as duas pessoas indiciadas foram indicadas para aplicar o pré-teste do Enem. A polícia descarta a hipótese de que a reprodução das questões tenha sido premeditada, e sim, tenha ocorrido por conta de uma oportunidade. Não se sabe ao certo como as perguntas foram copiadas.
Haddad queixou-se do foco da repercussão do vazamento. Ele disse achar "natural" o papel da imprensa em noticiar a revelação irregularidades do conteúdo do exame, mas também defende a condenação dos envolvidos no que ele classificou como "estelionato". "Em qualquer outro lugar do mundo as atenções estariam voltadas exatamente para o comportamento do criminoso", disse o ministro.
Ele também voltou a defender a aplicação do exame e sua eficiência. "O Enem era uma prova de autoavaliação e se tornou um prova respeitada do ponto de vista pedagógico."
O governo anunciou na última quarta-feira (18) que o ministro Fernando Haddad será substituído por Aloizio Mercadante na pasta da Educação. Haddad deixa o governo para disputar, pelo PT, o cargo de prefeito de São Paulo na eleição municipal deste ano.
Para o lugar de Mercadante, atual ministro de Ciência e Tecnologia, vai o atual presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antonio Raupp, segundo nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social.


A Polícia Federal de Brasília indiciou um professor e um funcionário que aplicou a prova por estelionato pelo vazamento de 14 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011. O inquérito foi concluído nesta sexta-feira (13) e entregue ao Ministério Público Federal do Ceará. A polícia não informou o nome dos indiciados nem o colégio, porém na época do vazamento foi divulgado que o caso ocorreu no Colégio Christus, em Fortaleza.

De acordo com a polícia, as duas pessoas indiciadas foram indicadas para aplicar o pré-teste do Enem. A polícia descarta a hipótese de que a reprodução das questões tenha sido premeditada, e sim, tenha ocorrido por conta de uma oportunidade. Não se sabe ao certo como as perguntas foram copiadas.
Ainda, segundo a polícia, as questões copiadas foram provenientes de duas provas que seriam aplicadas a dois alunos que faltaram. Por causa do vazamento, 1.139 alunos do colégio Christus tiveram as 14 questões anuladas.
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O advogado da escola e dos funcionários, Sérgio Rebouças informou que os indiciados não têm qualquer envolvimento com o vazamento das questões. "Existem várias possibilidades (das questões antecipadas terem chegado ao banco de dados da escola), mas o colégio não se comprometeu com nenhum delas. Um das possibilidades é em decorrência do pré-teste", diz o advogado do Christus, Sérgio Rebouças.
Em nota, a escola informou que confia na honestidade e na lisura de seus funcionários e aguardará uma posição equilibrada e isenta do Ministério Público Federal, "de modo que, ao final, prevaleçam a verdade e a justiça."
Um dos funcionários indiciados é professor da escola e foi apontado por alunos como o distribuidor do material didático com questões semelhantes às usadas no Enem. De acordo com um aluno da escola, antes de entregar o material o professor afirmou "não repassem esse material para ninguém, ele é muito valioso".
O Ministério da Educação diz que aguarda o relatório da PF para se pronunciar.
Entenda o caso
No dia 26 de outubro, alunos do colégio Christus confirmaram terem recebido um material em que continha questões idênticas ou parecidas com as que havia caído no Enem. Segundo a escola, as questões fariam parte de um banco de perguntas que o colégio recebe de professores, alunos e ex-alunos para promover simulados. O MEC constatou que a escola distribuiu os cadernos nas semanas anteriores ao exame, com questões iguais e uma similar às que caíram nas provas realizadas nos dias 22 e 23 de outubro e, no dia 26 daquele mês, cancelou as provas feitas pelos 639 alunos do colégio.
O Ministério chegou a decidir que os alunos do Christus refizessem o Enem em 28 e 29 de novembro, dias nos quais o exame foi aplicado para pessoas submetidas a penas privativas de liberdade e adolescentes sob medidas socioeducativas.
O Ministério Público Federal do Ceará, porém, entrou com uma ação judicial para anular o Enem 2011 para todo o país, ou pelo menos as questões antecipadas. A Justiça Federal no Ceará optou por anular 13 questões para todos os mais de 4 milhões de estudantes que fizeram as provas. O MEC recorreu da decisão no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife.
O desembargador do TRF-5, Paulo Roberto de Oliveira Lima, aceitou os argumentos do MEC. A decisão em segunda instância determinou a anulação de 14 questões apenas para os alunos do Colégio Christus.
No dia 16 de novembro, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) decidiu manter a decisão de anular as 14 questões da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para 639 alunos do 3° ano do Ensino Médio do colégio Christus, negando o recurso protocolado pelo Ministério Público Federal do Ceará. Posteriormente, outros 500 alunos do cursinho ligado ao colégio tiveram as 14 questões anuladas.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

RATINHO PUBLICA COM EXCLUSIVIDADE FOTOS E FACE BOOK DA BRITÂNICA HANZEL JONES QUE DECLARA TER DUAS VAGINAS EM PROGRAMA DE TV E JÁ É SUSSESSO NA REDE SOCIAL. "SE UMA É BOA, IMAGINA DUAS"; DISSE-ME POR E-MAIL UM INTERNALTA. ACOMPANHE AQUI EM BAIXO FOTOS E MATÉRIA DESTA SEXTA FEIRA 13.


RATINHO PUBLICA COM EXCLUSIVIDADE, FOTO DA ENTREVISTA DA MULHER BRITÂNICA NA TV DE LONDRES QUE DECLARA TER DUAS VAGINAS E JÁ É SUSSESSO NO FACE BOOK.




NESSA FOTO EXCLUSIVA PARA O BLOG RATINHO DA AMAZÔNIA, A BRITÂNICA DE DUAS VAGINAS FICA A VONTADE E DIZ MOSTRAR PRA QUALQUER UM O QUANTO ELA É MAIS PERFEITA QUE ÀS NORMAIS...



A DUPLA FEMINIDADE DA BRITÂNICA NO BLOG DO RATINHO AO VIVO...

ENTENDA ESSA ANAMOLIA GENÉTICA NESTE BLOG.


RATINHO DA AMAZÔNIA TORNA PÚBLICO PARA REGIÃO, FOTOS E FACE DA MULHER 2 EM UMA.




Hazel Jones, a britânica de 27 anos que revelou, em programa de TV no Reino Unido, ter duas vaginas é assunto mundo afora. No Facebook, surgiu um perfil atribuído à loura. Ela teria feito um ensaio picante destacando a sua situação incomum...

Hazel Jones revelou em um programa matinal da ITV1 que sofre de uma rara condição médica: a britânica de 27 anos tem duas vaginas! Lado a lado...

O diagnóstico foi feito quando Hazel, que mora em High Wycombe (Inglaterra), tinha 18 anos, após problemas decorrentes da menstruação anormal e a intervenção do primeiro namorado sério dela, que notou "algo diferente".

A loura contou ter perdido a virgindade duas vezes e ter feito exame duplo de Papanicolau. Ela decidiu manter as duas vaginas, de acordo com reportagem do "Mirror".

Além das duas vaginas, Hazel tem dois úteros separados e dois colos de útero.



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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

ARTISTA DO SENÁRIO NACIONAL DE PÚBLICO URBANO DIZEM QUE É BOM SER PIRATEADO.

O que eles querem é arrebatar público para os shows. A barraquinha de camelô acaba prestando um serviço de divulgação, oferecendo o material desses artistas a um público mais abrangente. Perder parte da arrecadação das vendas de CDs, nestes casos, pode ser um bom negócio: funciona como instrumento cultural ao permitir acesso e projeção. E alguns artistas não têm medo de dizer: querem mais é ser pirateados.

O rapper Emicida ainda vai além. Gosta mesmo é de ser reconhecido por esses vendedores ilegais. Na visão dele, a pirataria é uma espécie de MST (Movimento Sem Terra) da reforma agrária musical que ele deseja fazer.

“A pirataria é nossa foice, a ferramenta pra lutar contra a forma incorreta da distribuição musical no país. Nossas músicas chegam até as pessoas através desse mercado negro, seja ele físico ou virtual. No meu caso, foi fundamental.”

Emicida começou a ganhar fama graças aos vídeos caseiros que eram feitos durante as batalhas de rap de que ele participava - e vencia. “Na época em que vivemos, não tem sentido sair por ai cantando piolho de quem coloca meus vídeos e discos na internet ou vende em barraquinha. Quero mais é ser pirateado mesmo.”

Seu primeiro CD foi feito na unha. Para divulgar o trabalho, Emicida criou a Laboratório Fantasma. Dentro de casa, e com a ajuda do assessor, Evandro Fióti, eles gravavam, copiavam, embalavam e vendiam os discos nos shows. O que inicialmente era apenas uma gravadora de fundo de quintal, hoje caminha para virar um selo de rap.

"Comecei pirateando a mim mesmo. É a maneira que encontrei de fazer a coisa da forma que julgo correta. Vendo minha discografia nos shows por cinco reais. Com o salário mínimo que temos, cobrar 15 reais eu já acho que é dar bica na cabeça das pessoas."

Outro expoente do rap, Criolo, também parece dar de ombros à venda - legal ou ilegal - de discos. Para garantir que seus fãs lotarão as casas de shows não apenas para cantar a já conhecida “Cálice”, releitura da música de Chico Buarque, ele colocou o álbum completo em seu site pessoal para ser baixado de graça. “Acredito que disponibilizar o disco pra download ajuda a diminuir a distância entre o público e a música que faço”,diz.


Músicos da banda Cachorro Grande (Foto: Gustavo Vara)Músicos da banda Cachorro Grande
(Foto: Gustavo Vara)

Baixe lá
Sem tanta poesia, os roqueiros do Cachorro Grande também resolveram oferecer o novo álbum, lançado no início de dezembro, na internet. Reconhecendo a força do mercado paralelo, eles estão mais preocupados em ter volume de público nos shows do que conquistar um disco de platina.

“Só Roberto Carlos deve fazer dinheiro com venda de discos no Brasil. A gente ganha pra viver fazendo show. É isso que dá tesão. Queremos que escutem, cantem, não importa a forma como nosso produto é adquirido”, comenta Beto Bruno, vocalista do grupo.

O download gratuito, na opinião dos gaúchos, é uma forma de garantir que as músicas serão copiadas mantendo a qualidade do trabalho – prejuízo provocado pela pirataria. “Se a gente não fizer, alguém vai lá e faz. Queremos ser pirateados, é sinal de que o povo gosta, compra e irá aos shows. É ferramenta de acesso. O que entristece é quando vemos nossos álbuns sendo baixados na internet sem qualidade nenhuma.”


Gaby Amarantos, a Beyoncé brasileira (Foto: Aldridge Neto)Gaby Amarantos, a Beyoncé brasileira
(Foto: Aldridge Neto)

Boca de urna
Foi-se o tempo em que artistas deixavam fitas-cassetes na porta das gravadoras e voltavam pra casa à espera de uma ligação. A cantora de tecnobrega Gaby Amarantos, mais conhecida como a Beyoncé do Pará, não bateu em portas de produtoras. Gastou a sola doando CDS em camelôs pelas ruas de Belém.

O álbum era gravado dentro de casa, e ofertado pessoalmente nas barraquinhas do centro da cidade. O mercado ilegal foi seu grande distribuidor. Além dele, Gaby peregrinava pelas Festas de Aparelhagem. Nessas festas, o artista se oferece para apresentar uma música de trabalho. Em troca da exposição, o DJ e organizador tem o direito de gravar e copiar a apresentação e comercializá-la durante o show. O serviço é praticamente delivery: subiu, cantou, gravou, copiou e vendeu.

“A pirataria me ajudou a ganhar dinheiro. Fazia muitos shows, pois vendia os CDs em camelôs. Devo minha carreira à pirataria e internet. Seria injustiça e burrice impor ao meu público que pague mais de 25 reais para me ouvir.”
Mr. Catra, o rei do baile funk (Foto: Divulgação)Mr. Catra, o rei do baile funk (Foto: Divulgação)

Uma câmera na mão..
O fim do apartheid musical também é defendido pelo funkeiro Mr. Catra. Sem lançar discos há mais de cinco anos, ele permanece entupindo casas de shows não apenas na cidade-berço da vertente, o Rio de Janeiro. É a filmagem informal de suas apresentações, vendida nas ruas, ou disponível na internet, que o mantém quentinho no mercado.

“Funkeiro não vive sem a pirataria. Pode filmar, divulgar, é isso mesmo. Ganho a vida fazendo show. A gente não consegue espaço nas rádios, ou gravadoras. Somos censurados. Ainda somos vistos como vertente da ralé. Mal sabem eles que tocamos na gringa e em lugares requintados.”

Catra é ainda mais ácido. Na visão do funkeiro, a maioria dos artistas vive de jabá. Para ele, a pirataria nada mais é do que um jabá não regulamentado. “Dá no mesmo. É estupidez falar que o mercado ilegal é crime. É ele quem faz o artista.”




domingo, 1 de janeiro de 2012

RATINHO PUBLICA COM EXCLUSIVIDADE NO 1° DIA DE 2012 COMO A MOEDA EUROPEIA IRÁ CONSEGUIR SOBREVIVER NOS PRÓXIMOS ANOS APRTIR DE 2012.

Há exatos dez anos, europeus de 12 países pegavam em mãos as primeiras notas da divisa que deveria significar a união do continente e a criação de uma “moeda forte” e comum para países de economias tão distintas. Trazia a promessa de mais desenvolvimento e integração para os países da Europa, por meio da moeda que seria capaz de fazer frente ao poderoso dólar norte-americano.

(Veja no vídeo acima, divulgado pelo BCE: como as notas de euro são fabricadas)

Atualmente, a moeda corre riscos. Mais de 332 milhões de pessoas usam o euro – são cerca de 870 bilhões de euros em notas e moedas em circulação, segundo o Banco Central Europeu (BCE). Ao longo de seus dez anos de existência, outros cinco países o adotaram: Eslovênia (2007), Chipre (2008), Malta (2008), Eslováquia (2009) e Estônia (2009).

A falta de confiança na eurozona e no próprio euro, no entanto, colocou em dúvida sua viabilidade e ameaça sua sobrevivência.

As dúvidas são alimentadas pelos augúrios sombrios de analistas, agências de medição de risco e personalidades europeias, como o primeiro presidente da Comissão Europeia e um dos arquitetos do euro, Jacques Delors, chegou a afirmar que a eurozona e sua moeda estão 'à beira do precipício'.

Para funcionar direito, o euro precisava de um regime fiscal, impostos, cobranças e penalidades parecidos, o que não existe até hoje. Alguns países europeus já estavam enormemente endividados quando o bloco foi criado e, em maio de 2010, uma crise de endividamento soberano eclodiu na Europa e terminou em ações de ajuda financeira para Grécia, Irlanda e Portugal.

Os investidores reduziram sua exposição à zona do euro e se cansaram das inúmeras cúpulas europeias. Comissão Europeia, FMI, Banco Central Europeu e com força cada vez maior, a Alemanha, vão moldando um novo modelo de salvação que, apesar das contínuas reuniões, ainda parece muito nebuloso.
Acho que temos uma história de sucesso. A zona do euro talvez seja a primeira grande integração econômica"
Roberto Padovani
Votorantim Corretora

Preocupação com a Grécia
O maior risco de “deserção” parece vir da Grécia. O país tem hoje uma dívida equivalente a cerca de 142% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, a maior relação entre os países da zona do euro. O volume de dívida supera, em muito, o limite de 60% do PIB estabelecido pelo pacto de estabilidade assinado pelo país para fazer parte do euro. E a impossibilidade de desvalorizar a moeda e, assim, favorecer as exportações do país, dificulta a recuperação grega.

A Grécia vem sendo pressionada para colocar suas contas em ordem, e tem recebido sucessivas ajudas bilionárias dos demais países do bloco. O temor é que um calote da dívida grega estimule outros países também altamente endividados, como Irlanda e Portugal, a fazerem o mesmo, abalando a confiança no euro e tornando mais cara a rolagem de dívidas dos países que usam a moeda.

Um fim do euro seria uma catástrofe para os bancos europeus, e faria com que, por sua vez, a inflação e o desemprego disparassem, advertem os economistas. No caso de um país como a Grécia decidir sair da união monetária, sua própria moeda, neste caso o dracma, registraria imediatamente uma forte desvalorização. E os detentores da dívida grega sofreriam grandes perdas. O mesmo ocorreria em cada país que abandonar o euro.

O "fim do euro seria o fim da Europa", advertiu o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Futuro da moeda
Na avaliação de Roberto Padovani, economista-chefe da Votorantim Corretora, o medo sobre o possível fim da moeda única pode refletir apenas uma ansiedade do mercado financeiro, que trabalha com análises de curto prazo. Para ele, de uma perspectiva histórica, o que se vê é um avanço para a moeda, não um retrocesso.
Em 1º de janeiro, faz dez anos que o euro começou a circular. (Foto: Divulgação Banco Central Europeu)Em 1º de janeiro de 2012 faz dez anos que o euro começou a circular. (Foto: Divulgação Banco Central Europeu)

“Há muita ansiedade no curto prazo porque é difícil enxergar como essa agenda de longo prazo vai evoluir. É normal que os mercados financeiros fiquem ansiosos e isso gere análises de ruptura.” Padovani explica que os mercados financeiros globais, por definição, operam com dados de curto prazo.

“A zona do euro reflete um grande avanço institucional – e como qualquer avanço é de longo prazo e feito a partir de conflitos. A crise é mais uma etapa, é um incentivo para avanços institucionais – que, na minha opinião, demorariam se não fosse ela.”, diz Padovani.

O especialista avalia que os custos econômicos de um retrocesso seriam muito mais altos. “Existe um consenso político de que é preciso avançar e não retroceder”, lembra Padovani.
A logo do euro é projetada na ponte Pont Neuf, iluminada com luz azul, em 1º de janeiro de 2002. (Foto: Mal Langsdon/Reuters)A logo do euro é projetada na ponte Pont Neuf, iluminada com luz azul, em 1º de janeiro de 2002. (Foto: Mal Langsdon/Reuters)
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Para o coordenador do curso de negócios internacionais e comercio exterior do Programa de educação Continuada da Fundação Getulio Vargas (GV-PEC), Evaldo Alves, o caminho daqui para a frente não deve ser a ruptura da moeda, mas sim a chegada a um consenso sobre tem tomará as decisões no bloco econômico e quem pagará a conta – lembrando que, muito provavelmente, a última parte sobrará para a Alemanha. “Hoje até a França não consegue mais bancar”, avaliou.

Na avaliação de Alves, os próprios moldes com que a moeda única foi criada dificultam uma saída de países como a Grécia do bloco.

“Pela lógica, os países que não cumpriram o mínimo de desempenho de uma lógica de mercado deveriam sair. Só que na União Europeia é tudo mais complicado, porque as decisões têm que ser aprovadas em consenso. Todos têm que aprovar. Imagina na hora que coloca isso em debate”, avalia.
Vendedor exibe anúncio na loja em 9 de janeiro de 2002, no centro da cidade de Toulouse, na França: primeiro dia das vendas de inverno em euros. (Foto: Eric Cabanis/AFP)Vendedor exibe anúncio na loja em 9 de janeiro de 2002, no centro da cidade de Toulouse, na França: primeiro dia das vendas de inverno em euros. (Foto: Eric Cabanis/AFP)

Ainda na opinião de Alves, a criação do euro foi tecnicamente correta, mas o problema é de gestão. “Não houve aumento da produtividade na União Europeia. Foi um belíssimo esforço institucional, foi um sucesso do ponto de vista institucional (...), mas já tem uns 15 anos que esses dois grupos, os Estados Unidos e a União Europeia, não vem aumentando a produtividade”, diz, lembrando a exceção nos EUA em relação à área de tecnologia da informação.

Além da questão da produtividade, o especialista cita ainda a questão fiscal como um dos problemas. “[Na criação de blocos] é preciso manter a economia saudável. Países menores começaram a ter déficit fiscal e hoje outros países da Europa têm um déficit fiscal fantástico”, disse.

Criação
Padovani avalia que a lógica da zona do euro foi baseada em questões política e econômica.
“A ideia do euro era essa: harmonização política e integração comercial. Acho que temos uma história de sucesso. A zona do euro talvez seja a primeira grande integração econômica.”

Para Padovani, o fato de determinados países – como Alemanha e França – abrirem mão de moedas fortes em favor de uma moeda comum não pode deixar de ser considerado um marco simbólico. “Para chegar a uma moeda única precisamos de décadas de negociação, de transação. A gente está no meio deste processo.”
Imagem de uma nota de euro divulgada pelo Banco Central Europeu. (Foto: Divulgação Banco Central Europeu)Imagem de uma nota de euro divulgada pelo Banco Central Europeu. (Foto: Divulgação Banco Central Europeu)

Desafios da moeda
O primeiro desafio, segundo ele, foi o de implementar a moeda e criar regras comuns. “O próximo desafio é aprofundar a integração, permitindo maior mobilidade de mão de obra. A mobilidade que se tem hoje na Europa não é plena", destaca.

"O segundo desafio, também de longo prazo, é fazer com que a produtividade de cada país seja mais próxima, mas para que isso aconteça é preciso que os países façam reformas importantes.”

O terceiro desafio, que, na opinião de Padovani já está em curso, é impor regras fiscais mais rígidas. “Acredito que a rigidez de regras deve ser não só com relação ao tamanho do ajuste requerido por parte dos países, mas também quanto às penalidades em caso de não cumprimento.”

Emergentes
O resultado disso tudo é que países emergentes tem tido possibilidades de crescimento. “Nesta questão de equilíbrio fiscal nós já aprendemos, temos até uma lei de responsabilidade fiscal. Aumentamos um pouco nossa produtividade, como no agronegócio, mas tem outros que são mais eficientes do que nós, como a China”, avalia.

No ponto de vista de Alves, a Europa vai demorar uns dez anos para fazer os ajustes necessários. “Eles vão demorar bastante tempo para retomar a produtividade e cair na lógica capitalista”, sugeriu.

Nascimento da moeda
Três anos antes de sua entrada em circulação, o euro, criado como última etapa do processo de integração europeia iniciado após a Segunda Guerra Mundial, já existia como moeda “invisível”, usada em operações contábeis, como pagamentos eletrônicos. Mas a moeda “física” já vinha sendo preparada desde 1996, quando foi feito um concurso para o desenho das notas.

Os alemães rejeitaram o euro desde o início, já que o marco alemão, introduzido em 1948 em substituição ao Reichsmark, tinha sido um símbolo da estabilidade e pujança econômica da Alemanha.

Em julho de 1999, deu-se início à produção das notas e moedas. Em dois anos e meio, 15 fábricas haviam produzido 14,9 bilhões de notas e 52 bilhões de moedas. Em apenas dois meses, de 1º de janeiro a 1º de março de 2002, já haviam substituído mais de 6 bilhões de notas e 30 bilhões de moedas dos países membros da zona do euro: Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda Itália, Luxemburgo, Holanda e Portugal.

Cada país “fabrica”, sob controle do BCE, suas próprias divisas. As moedas têm, assim, uma face “europeia”, que traz um mapa da Europa, e uma face “nacional”, com símbolos escolhidos por cada país.

Com informações do Jornal da Globo, da AFP e da EFE