terça-feira, 9 de agosto de 2011

33 PESSOAS FORAM PRESAS NESTA TERÇA FEIRA 09 DE AGOSTO SUSPEITAS DE CORRUPÇÃO NO GOVERNO. LEIA AQUI EM BAIXO DETALHE COMPLETO DA OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL QUE CULMINOU COM PRISÕES DE TUBARÕES DO TURISMO.

O diretor-executivo da Polícia Federal, Paulo de Tarso Teixeira, afirmou nesta terça (9) que estima que tenham sido desviados do Ministério do Turismo dois terços do valor do contrato entre a pasta e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). Isso equivale a quase R$ 3 milhões dos R$ 4,445 milhões do contrato destinado à qualificação de 1,9 mil profissionais de turismo no Amapá.

Nesta terça, 33 pessoas foram presas em São Paulo, Macapá e Brasília com base na Operação Voucher, deflagrada pela Polícia Federal em razão de irregularidades no Ministério do Turismo. Um dos presos é o secretário-executivo Frederico Costa da Silva, o segundo na hierarquia do ministério.

Em entrevista em Brasília, o delegado afirmou que os desvios eram feitos por empresários, funcionários do ministério, Ibrasi e empresas de fachada. Segundo ele, na busca realizada em São Paulo na casa do diretor-executivo do Ibrasi, que está preso, foram apreendidos R$ 610 mil em espécie.

Teixeira disse que o dinheiro destinado à capacitação de profissionais de turismo era repassado pelo Ibrasi a empresas de fachada. “Os recursos eram pagos a empresas que não existiam. Elas constavam no papel, mas ao checarmos os endereços, encontramos terrenos vazios ou outros estabelecimentos”, disse.

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‎‎Secretário-executivo do Turismo é um dos 33 presos em ação da PFMP diz que denuncia neste mês acusados de fraude no TurismoPreso pela PF, secretário-executivo trabalha no Turismo desde 2003O secretário-executivo do ministério teve decretada a prisão preventiva e será levado para o Amapá. Segundo o delegado, há indícios "fortes" de envolvimento de Frederico Costa da Silva no esquema. “Se não tivesse provas mais robustas, a prisão decretada seria temporária e não preventiva”, declarou.

Ele afirmou que o objetivo da busca era encontrar provas da fraude, como documentos e dinheiro em espécie. A Polícia Federal espera concluir a investigação em um prazo de 15 dias. Os envolvidos devem ser indiciados pelos crimes de fraude a licitação, estelionato qualificado, falsidade e peculato. O contrato que está sob suspeita vale até o dia 24 de novembro de 2011.

Planalto
O delegado negou que o Palácio do Planalto tenha sido informado da operação com antecedência. “As informações só são repassadas a partir do momento em que não há prejuízo. Ela só é difundida após a deflagração”, disse.

Segundo o delegado, “a investigação é apartidária e vai chegar a seus autores”. Ele disse que o trabalho policial começou em abril, a partir de levantamento feito pelo TCU, que detectou irregularidades nos contratos.

Paulo de Tarso Teixeira informou que foram realizadas 33 prisões e todos os mandados de busca foram realizados - inicialmente, a PF havia informado que tinham sido cumpridos 38 mandados de prisão.

Segundo o diretor da PF, 38 mandados de prisão foram expedidos, mas foram cumpridos 33 porque algumas pessoas não foram encontradas. A PF acredita que elas estejam em viagem e não fugindo da prisão. Segundo o delegado, há pessoas que residem em uma cidade, mas circulam por outras.

Os que foram presos preventivamente serão conduzidos para Macapá. Os presos temporariamente ficarão em suas cidades.




Secretário-executivo do Turismo é um dos 33 presos em ação da PF
Operação visa 'combater desvios' em verba de emendas parlamentares.
G1 aguarda resposta do ministério; ministro ainda não se pronunciou.

O secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, que tem o cargo mais importante da pasta depois do ministro, está entre os 33 presos na Operação Voucher da Polícia Federal, deflagrada na manhã desta terça-feira (9).

Mais cedo, nota da PF informou que 38 pessoas foram presas, mas cinco pessoas não foram encontradas, segundo diretor-executivo da PF, Paulo de Tarso Teixeira.



Conforme a PF, a ação visa "combater o desvio de recursos públicos destinados ao Ministério do Turismo por meio de emendas parlamentares ao Orçamento da União".

O G1 procurou a assessoria de imprensa do ministério, que disse que ainda não tem informações sobre a operação. Dirigentes do ministério estão reunidos com a consultoria jurídica da pasta para decidir quais procedimentos serão adotados. O G1 também tenta contato com a defesa do secretário-executivo da pasta. Por volta de 11h30, Costa aguardava para ser ouvido na superintendência da PF em Brasília.

Conforme a PF, a operação contou com 200 agentes que cumpriram 19 mandados de prisão preventiva (sem prazo determinado), 7 de busca e apreensão e outros 19 de prisão temporária (de cinco dias prorrogáveis por mais cinco dias), em Brasília, São Paulo e Macapá (AP).

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PF prende 13 e apreende R$ 610 mil em SP na Operação VoucherO Globo: Parlamentares favorecem entidade irregular em contrato com Ministério do TurismoPF cumpre mandados de prisão no Ministério do TurismoRevista Época: A ficha suja do executivo do TurismoAlém do secretário-executivo, foi preso o secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo, Colbert Martins da Silva Filho,que é ex-deputado federal, um ex-presidente da Embratur (Mario Moysés, segundo a assessoria do Ministério do Turismo), além de empresários, diretores do ministério e funcionários do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). O G1 tenta contato com dirigentes do Ibrasi.

Só em Brasília foram cumpridos 10 mandados de prisão preventiva, 2 de busca e apreensão e 5 de prisão temporária. Todos os presos temporários serão transferidos para Macapá, segundo a Polícia Federal.

Conforme a assessoria do ministério, o ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB), está em São Paulo e chega a Brasília no começo da tarde desta terça.

A Operação Voucher foi realizada pela superintendência regional da PF no Amapá, com o apoio das superintendências regionais em São Paulo e no Distrito Federal.

Investigação
Em nota, a PF afirma que foram detectados indícios de desvio de dinheiro público em um convênio que previa a qualificação de profissionais de turismo no Amapá.

O convênio foi assinado entre o ministério e o Ibrasi em 2009, e de acordo com a PF, não teria tido chamamento público para que outras entidades se candidatassem a oferecer o serviço.

Ainda de acordo com a PF, o instituto – que é uma organização sem fins lucrativos – não tinha condições técnicas de prestar os serviços de qualificação.

De acordo com a PF, houve ainda direcionamento de contratações a empresas que fariam parte do suposto esquema de desvio. Além disso, foi verificada ausência de preços de referência, não execução ou execução parcial de serviços, pagamentos antecipados, fraudes nos comprovantes de despesas e falhas na fiscalização do convênio.



PF prende 13 e apreende R$ 610 mil em SP na Operação Voucher

Ação da PF investiga irregularidades no Ministério do Turismo.
Oito foram transferidos para o AP e 5 seguem detidos em SP.



A superintendência da Polícia Federal em São Paulo prendeu 13 pessoas na capital paulista e apreendeu R$ 610 mil na casa de um dos detidos na manhã desta terça-feira (9) durante a Operação Voucher, que investiga irregularidades no Ministério do Turismo. Ao todo, a PF prendeu 38 pessoas em São Paulo, Brasília e Macapá (AP).

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Secretário-executivo do Turismo é um dos 38 presos em ação da PFRevista Época: A ficha suja do executivo do TurismoO Globo: Parlamentares favorecem entidade irregular em contrato com Ministério do TurismoSegundo informações da delegada da PF em São Paulo Patrícia Zucco, das 19 prisões preventivas (sem prazo determinado) da operação, oito foram cumpridas em São Paulo e os presos foram encaminhados para a superintendência da PF no Amapá, que centraliza as investigações.

A PF apura "o desvio de recursos públicos destinados ao Ministério do Turismo por meio de emendas parlamentares ao Orçamento da União". A origem da investigação é um convênio de qualificação de profissionais de turismo no Amapá.

Entre os outros 19 presos temporariamente na ação, cuja prisão dura cinco dias prorrogáveis por mais cinco dias, cinco mandatos foram cumpridos na capital paulista.

Todos os 13 presos em São Paulo foram detidos em suas casas. A PF não informou os nomes dos presos em São Paulo, apenas que o ex-presidente da Embratur, que é Mario Moysés, segundo a assessoria do Ministério do Turismo, está entre os presos na capital paulista. A polícia também não disse na casa de quem foi localizado o dinheiro.

A operação
O secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, que tem o cargo mais importante da pasta depois do ministro, está entre 38 presos na Operação Voucher.

O G1 procurou a assessoria de imprensa do ministério, que disse que ainda não tem informações sobre a operação. O G1 também tenta contato com a defesa do secretário-executivo da pasta.

Conforme a PF, a operação contou com 200 agentes. Além do secretário-executivo, foi preso o secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, ex-deputado federal, um ex-presidente da Embratur (Mario Moysés, segundo a assessoria do Ministério do Turismo), além de empresários, diretores do ministério e funcionários do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). O G1 tenta contato com dirigentes do Ibrasi.

Investigação
Em nota, a PF afirma que foram detectados indícios de desvio de dinheiro público em um convênio que previa a qualificação de profissionais de turismo no Amapá.

O convênio foi assinado entre o ministério e o Ibrasi em 2009, e, de acordo com a PF, não teria tido chamamento público para que outras entidades se candidatassem a oferecer o serviço.

Ainda de acordo com a PF, o instituto – que é uma organização sem fins lucrativos – não tinha condições técnicas de prestar os serviços de qualificação.

De acordo com a PF, houve ainda direcionamento de contratações a empresas que fariam parte do suposto esquema de desvio.


A ficha suja do executivo do Turismo
Compartilhe O homem nomeado para ser o segundo do Ministério do Turismo liberou dinheiro para obra que favoreceu empresa da família e está com os bens bloqueados pela Justiça por suspeita de desvio de dinheiro público
Andrei Meireles e Marcelo Rocha. Com Murilo Ramos

EM CAUSA PRÓPRIA?
Frederico Costa enviou verbas para a construção de rodovia que facilitou acesso a resort no interior de Goiás (acima) de propriedade de sua famíliaO Ministério do Turismo foi criado em 2003 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acomodar o aliado PTB em seu governo. Nasceu com um orçamento de R$ 377,7 milhões, acanhado para os padrões da Esplanada. A pasta cresceu em tamanho e prestígio durante os dois mandatos de Lula. Chegou a 2010 com uma verba de cerca de R$ 7 bilhões para administrar. Ficou rico e passou a ser cobiçado pelos partidos que compõem a base de sustentação de Lula e, agora, da presidenta Dilma Rousseff. Com a perspectiva de realização no Brasil da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas em 2016, o ministério ganhou ainda mais destaque no mapa do poder. Parte significativa dos recursos para organizar as duas competições vai passar por ali. O novo protagonismo do Ministério do Turismo ficou manchado com a revelação de que verbas de convênios firmados pela pasta para patrocinar festas e eventos eram desviadas. O escândalo envolveu dezenas de parlamentares no momento em que o Congresso discutia o Orçamento da União para 2011. O senador Gim Argello (PTB-DF) renunciou à relatoria do Orçamento depois da descoberta de que destinou verbas para empresas de fachada.

Com esse histórico de problemas recentes, esperava-se que a presidenta Dilma Rousseff tomasse providências para moralizar a gestão do Ministério do Turismo. Não foi bem o que ocorreu. Antes mesmo de assumir o comando da pasta, o deputado Pedro Novais (PMDB-MA), de 80 anos, protagonizou outro escândalo. Novais apresentou uma conta à Câmara em que pediu ressarcimento de despesas com uma suíte de motel em São Luís, no Maranhão, onde teria ocorrido uma festa com 15 casais. Apesar do constrangimento, Novais conseguiu ser confirmado como ministro por causa dos apoios do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e do deputado Henrique Eduardo Alves (RN), o líder do PMDB na Câmara.



Estimulado por essa demonstração de força, Henrique Alves patrocinou na semana passada mais uma nomeação no ministério: a de Frederico Silva da Costa para secretário executivo, o segundo cargo mais importante da pasta. Antes de ser promovido, Frederico da Costa era o responsável pelos investimentos do ministério em obras de infraestrutura. Tinha como principal atribuição a coordenação do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), que é financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e foi lançado em março de 2008, durante a gestão da petista Marta Suplicy. Na primeira leva de empréstimos do Prodetur foram destinados R$ 13 milhões para a construção de uma rodovia em Goiás, a GO-507, que reduz em cerca de 30 quilômetros o percurso para os turistas das regiões Sul e Sudeste que visitam a região de Rio Quente, onde está localizado o Rio Quente Resorts, um dos principais polos turísticos do país, por causa de suas águas termais.

A nova rodovia facilitou o acesso para 70% do cerca de 1 milhão de turistas que anualmente visitam o resort, mas, ao mesmo tempo, suscita uma questão de possível conflito de interesses. Metade do capital da empresa Rio Quente Resorts – maior beneficiária da construção da estrada – pertence à família de Frederico da Costa. Além disso, o empreendimento é dirigido por seu irmão, Francisco Costa Neto. Em resposta por escrito enviada pela assessoria do Ministério do Turismo, Frederico da Costa não tratou da questão do conflito de interesses e justificou o financiamento da construção da estrada como um atendimento a um pedido do governo de Goiás em favor de uma das maiores áreas turísticas do país.

Outro programa do Ministério do Turismo, o Fundo Geral de Turismo (Fungetur), também beneficiou o resort da família do novo secretário executivo com um financiamento. A Caixa Econômica Federal, que administra o Fundo, se nega a revelar o valor dos repasses com o argumento de que seria uma quebra de sigilo bancário. Além disso, no ano passado, pela primeira vez em 18 anos, o tradicional Rally dos Sertões teve uma de suas etapas no Rio Quente Resorts. Foi também a primeira vez que o evento recebeu verbas do Ministério do Turismo: R$ 806 mil. Nesse caso, o ministério afirma que o patrocínio ao evento decorreu de um convênio com o governo de Goiás.

Na secretaria executiva, Frederico da Costa terá influência em todo o ministério, com poderes sobre os bilionários projetos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Será um salto em relação às funções públicas assumidas por ele a partir de 2003, ocasião em que trocou o emprego em uma das empresas da família, a Graham Bell Engenharia de Telecomunicações, por um cargo no então recém-criado Ministério do Turismo. Frederico entrou no governo Lula pelas mãos do então ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, do PTB, e foi escalado como responsável pela gestão de recursos e investimentos em infraestrutura turística. Na época de sua entrada no governo, ele tinha valores modestos sob seu comando – R$ 52,8 milhões. Num crescimento espetacular, as verbas do ministério para obras de infraestrutura somaram no ano passado cerca de R$ 2,7 bilhões (leia o quadro).

No governo federal, Frederico da Costa mostrou aptidão para administrar um orçamento com volume de recursos crescentes e desenvoltura para conquistar aliados políticos. Ele sobreviveu à saída do PTB do ministério e foi promovido nos quatro anos em que o PT administrou a pasta. Em todo esse período, Frederico cuidou da distribuição de verbas para a construção de rodovias e outras obras de infraestrutura em todo o país. Com esse cacife, Frederico da Costa caiu nas graças de vários políticos. Um deles foi o deputado Henrique Eduardo Alves, que se tornou seu principal padrinho.

Se tem a seu favor a gratidão e o apoio de políticos como Henrique Eduardo Alves, o novo secretário executivo tem contra ele alguns problemas na Justiça. Desde fevereiro de 2010, Frederico da Costa, seu pai, Francisco Hyczy da Costa, e seu irmão, Francisco Costa Neto, estão com os bens bloqueados pela Justiça Federal no Tocantins. Eles são acusados de praticar fraudes para desviar recursos públicos. De acordo com o Ministério Público Federal, no final da década de 90 a família de Frederico abriu a empresa Forasa Indústria Alimentícia S.A. e solicitou um financiamento à Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). O empréstimo de R$ 4,7 milhões seria aplicado na construção de uma fábrica de processamento de tomate no município de Formoso do Araguaia, no Tocantins. Durante o ano de 2000, a Forasa recebeu o total do empréstimo em quatro parcelas e, de acordo com o contrato, deveria investir igual valor no empreendimento. A Polícia Federal apurou que nenhum centavo foi aplicado na construção da fábrica e que o valor total do empréstimo foi desviado. Segundo a denúncia do MPF, diretores da Forasa teriam falsificado notas fiscais, contratos de prestação de serviço, cheques e recibos. As atas de assembleia-geral simulavam o aumento do capital social da Forasa, com um depósito de mais de R$ 1,5 milhão na conta da empresa. Os extratos foram incluídos nas prestações de contas à Sudam. Mas os valores eram sacados e desviados para o pagamento de serviços não executados pelas empresas Aliança Projetos e Construções Ltda., Gebepar S.A. e Campina Verde Ltda. Os investigadores não conseguiram localizar nem o endereço da Aliança, apontada na denúncia como uma empresa-fantasma.


O CHEFE E O PADRINHO
Pedro Novais (foto anterior.) será o superior hierárquico de Frederico da Costa no Ministério do Turismo. Henrique Eduardo Alves (acima) patrocinou a nomeação de ambosFrederico era diretor presidente da Forasa e presidente de seu conselho de administração quando a empresa obteve o financiamento da Sudam. De acordo com sua versão, ele deixou os dois cargos em outubro de 2000, quando apenas uma das quatro parcelas havia sido liberada. Mas se manteve como acionista até dezembro de 2002, quando se desligou dos negócios da família para ingressar no governo Lula. Em seu currículo no site do Ministério do Turismo, Frederico omite sua participação na Forasa. Ele registra apenas que no mesmo período foi diretor financeiro da Graham Bell, outra empresa da família. A Gebepar e a Campina Verde, que emitiram notas frias, também são empresas da família. A Gebepar é dona de 50% do Rio Quente Resorts – o balneário beneficiado pela rodovia pavimentada com recursos do Ministério do Turismo.

Na nota enviada a ÉPOCA, a assessoria do ministério afirma que “no período em que o secretário participou da direção da empresa foi liberada uma parcela do financiamento, no valor de R$ 850 mil, cuja aplicação foi fiscalizada e aprovada pelo órgão competente”. Os dois técnicos da Sudam encarregados da fiscalização, porém, foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público Federal como envolvidos na fraude. Segundo a acusação, eles apresentaram relatórios que informavam que o projeto tinha andamento normal e atestaram a realização de várias obras de construção civil. Ao vistoriar o local do empreendimento, a Polícia Federal comprovou a fraude. Os agentes constataram que nada foi construído no imóvel onde deveria ter sido erguido o parque industrial da empresa. Nos 5 hectares do terreno, foi encontrada apenas uma plantação de melancias.



Quando entrou para o governo, em 2003, Frederico da Costa não estava com os bens bloqueados. Ainda não havia motivos para impedir sua nomeação. Agora é diferente. Ao chegar ao segundo posto mais importante do Ministério do Turismo – na prática, o principal responsável por sua máquina –, Costa ostenta graves pendências na Justiça. Desta vez, o governo teria sólidas razões para avaliar, com mais cuidado, a promoção de um homem com suspeitas de envolvimento em dinheiro público para um posto tão importante da Esplanada dos Ministérios.




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Comentários
molina | SP / Adamantina | 09/08/2011 15:31
dedo de marta?
muito boa a ficha corrida do indivíduo. mas nós que fazemos época não podemos embarcar nas idio tices da "presidenta", ela não é presidenta, é presidente.
André Alves | DF / Brasília | 09/08/2011 15:12
A ficha suja do executivo do Turismo
Que maravilha essa reportagem da Época. Que bom que os brasileiros possuem meios como esse de ficar sabendo da corrupção que rola nesses órgão públicos. Que bom que a equipe da Revista procura detalhes contundentes para inserir na reportagem e encurralar os suspeitos das fraudes. Tomara que a a Sra presidenta abra bem os dois olhos e tome logo as medidas cabíveis com urgência para conter esses esquemas que vem surgindo no serviço público federal. Quero ver se ela tem peito para pisar no freio e acabar com essa corrupção. Quem lembra que durante a investigação da Eunice ela (Dilma) disse que a apuração dos fatos seria feita de forma exemplar "doesse a quem quer que fosse". Pois bem, o que o povo brasileiro necessita nesse momento é de vê-la combater a corrupção agindo de forma pesada e fortalecendo os órgãos de controle como TCU, PF, CGU...
Amorim | SP / São Paulo | 09/08/2011 12:50
reportagem de jan/2011
com todo historico em jan/2011, só agora que a P.F tomou uma atitude, como pode, continuar essas transgreções e os politicos ainda manterem seus postos a faxina deve estender-se nesse Ministerio tambem



CORRUPÇÃO Fraude no Turismo pode chegar a R$ 4 milhões, diz procurador
Frederico Silva da Costa, o número dois do Ministério do Turismo, foi preso pela Polícia Federal nesta terça-feira (9)



Segundo informações da delegada da PF em São Paulo Patrícia Zucco, das 19 prisões preventivas (sem prazo determinado) da operação, oito foram cumpridas em São Paulo e os presos foram encaminhados para a superintendência da PF no Amapá, que centraliza as investigações.

A PF apura "o desvio de recursos públicos destinados ao Ministério do Turismo por meio de emendas parlamentares ao Orçamento da União". A origem da investigação é um convênio de qualificação de profissionais de turismo no Amapá.

Entre os outros 19 presos temporariamente na ação, cuja prisão dura cinco dias prorrogáveis por mais cinco dias, cinco mandatos foram cumpridos na capital paulista.

Todos os 13 presos em São Paulo foram detidos em suas casas. A PF não informou os nomes dos presos em São Paulo, apenas que o ex-presidente da Embratur, que é Mario Moysés, segundo a assessoria do Ministério do Turismo, está entre os presos na capital paulista. A polícia também não disse na casa de quem foi localizado o dinheiro.

A operação
O secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, que tem o cargo mais importante da pasta depois do ministro, está entre 38 presos na Operação Voucher.

O G1 procurou a assessoria de imprensa do ministério, que disse que ainda não tem informações sobre a operação. O G1 também tenta contato com a defesa do secretário-executivo da pasta.

Conforme a PF, a operação contou com 200 agentes. Além do secretário-executivo, foi preso o secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, ex-deputado federal, um ex-presidente da Embratur (Mario Moysés, segundo a assessoria do Ministério do Turismo), além de empresários, diretores do ministério e funcionários do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). O G1 tenta contato com dirigentes do Ibrasi.

Investigação
Em nota, a PF afirma que foram detectados indícios de desvio de dinheiro público em um convênio que previa a qualificação de profissionais de turismo no Amapá.

O convênio foi assinado entre o ministério e o Ibrasi em 2009, e, de acordo com a PF, não teria tido chamamento público para que outras entidades se candidatassem a oferecer o serviço.

Ainda de acordo com a PF, o instituto – que é uma organização sem fins lucrativos – não tinha condições técnicas de prestar os serviços de qualificação.

De acordo com a PF, houve ainda direcionamento de contratações a empresas que fariam parte do suposto esquema de desvio.





Senadores e deputados favorecem entidade irregular em contrato com Ministério do Turismo



BRASÍLIA - Quatro parlamentares de Santa Catarina assinaram atestado falso de funcionamento a uma entidade que firmou, em 2011, um convênio com o Ministério do Turismo no valor de R$ 4 milhões. Os senadores Casildo Maldaner (PMDB) e Paulo Bauer (PSDB) e os deputados Valdir Colatto e Edinho Bez, ambos do PMDB, declararam por escrito que o Instituto Cia do Turismo, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), está em atividade desde 2003. Mas a ata registrada em cartório informa que a entidade surgiu em julho de 2008. Por lei, uma entidade só pode receber recursos públicos depois de três anos de existência.

Em 2009 e 2010, Edinho Bez também chancelou a regularidade da entidade. Nos últimos três anos, a Cia do Turismo recebeu outros R$ 7,9 milhões do ministério. A ONG nasceu a partir de uma nebulosa transação entre o advogado Nicolau Jorge Meira, ex-presidente da Santur, estatal do turismo catarinense, e o estudante Raphael Lobo Fonseca, ex-presidente do Comitê de Ideias e Ações, ONG encarregada de arrecadar recursos para a creche Tia Angelina, no Varjão, bairro pobre de Brasília. Logo depois de deixar o comando da Santur, em 2007, Meira se apropriou do CNPJ do Comitê de Ideias, que estava inativa desde 2002, e, com uma mudança de nome, de endereço e de estatuto, transformou a ONG voltada para caridade numa bem-sucedida empresa de consultoria em turismo.

A metamorfose foi rápida. Em 3 de janeiro de 2008, Meira, mesmo sem pertencer aos quadros do Comitê de Ideias, convocou uma reunião da entidade. No edital de convocação não constam data ou horário do encontro. Numa reunião na semana seguinte, Meira é apresentado como novo sócio e imediatamente escolhido presidente da ONG. Seis meses depois, a entidade transfere a sede de uma casa no Lago Sul para o Setor Comercial Norte, muda o nome para Instituto Cia do Turismo e abandona os ideais de caridade.





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