O promotor Eduardo Nepomuceno informou que o vereador Gêra Ornelas (PSB) admite ter sido filmado usando apenas uma cueca samba-canção dentro do
gabinete. Um vídeo, divulgado na internet, mostra o político, de 61 anos, dentro do gabinete dele, na Câmara Municipal dos Vereadores de Belo Horizonte, no bairro Santa Efigênia, na Região Leste da capital.
Ainda segundo o promotor, as cenas foram gravadas pelo próprio vereador e usadas por um ex-assessor do parlamentar para embasar denúncias de improbidade, concussão e lavagem de dinheiro feitas há mais de três anos. “Grande parte das filmagens foi feita dentro do gabinete, que é um local público, o que mostra deturpação de valores do que é o serviço publico”, disse. Por causa deste comportamento, o vereador está sujeito às penalidades de perda de mandado, multa e suspensão dos direitos políticos.
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Câmara de Belo Horizonte apura vídeo de vereador de cueca em gabineteVereadores de BH são investigados por abuso em verba indenizatória Vereadores de BH autorizam venda de rua à construtora De acordo com Nepomuceno, o vídeo também é objeto de investigação da promotoria da Infância e Juventude. “Supostamente, [um dos vídeos] envolvia a abordagem de uma menor de idade”, falou. O promotor esclarece que o material audiovisual utilizado nas investigações é uma compilação de vários vídeos.
O Ministério Público Estadual de Minas Gerais (MPE) pediu a cassação do mandato de Gêra Ornelas, após acusação de que o assessor era obrigado a devolver parte do salário ao parlamentar. Ainda de acordo com informações do promotor, o vereador foi absolvido em setembro por falta de provas. “Há várias provas. Só não tem a confissão”, disse. Nepomuceno informou ainda que o MPE vai recorrer da absolvição por meio de um recurso de apelação.
Vídeo mostra Gêra Ornelas (PSB) de cueca dentro
do gabinete, em BH (Foto: Reprodução internet)O MP diz acreditar que os vídeos tenham sido gravados entre 98 e 2001 ou entre 2005 e 2006, períodos em que o assessor autor da denúncia trabalhava para Ornelas.
O advogado que representa o vereador, Antônio Patente, foi procurado pelo G1 e informou que o político responde a um procedimento em uma ação civil pública há cerca de um ano e que o procedimento é sobre uma questão financeira. Ainda segundo ele, o MPE também instaurou um procedimento investigatório com uma ação civil por improbidade administrativa e uma ação penal por fatos relacionados ao conteúdo do vídeo. Conforme o advogado, os dois procedimentos correm em segredo de Justiça.
Por meio de nota, o político informou que “não deve fazer qualquer pronunciamento para que não possa ser interpretado como uma interferência indevida no julgamento da ação civil e que aguarda serenamente a decisão final da Justiça”.
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