sábado, 10 de setembro de 2011

PARÁ PERDERÁ ROYALTIES SE PLEBISCÍTO MARCADO PARA 11 DE DEZEMBRO APROVAR O NOVO ESTADO DE CARAJÁS E TAPAJÓS : EMPRESÁRIOS ESTRANGEIROS COM INTERESSE NO DESMATAMENTO E OURO DA REGIÃO NA AMAZÔNIA, INVESTIRÃO PESADO EM POLÍTICOS DE CARAJÁS E TAPAJÓS, NA DEFESA DA DIVISÃO DO PARÁ PARA FORTALECEREM AINDA MAIS SUAS ECONOMIAS VISANDO ALÉM DA RETIRADA DO OURO, O DESMATAMENTO POR COMPLETO DE NOSSA AMAZÔNIA PARA FINS DE EXPLORAÇÃO DO VERDE E FORTALECIMENTO DA CONOMIA DE GRUPOS INTERNACIONAIS COM POLITICOS LOCAIS. CASO O PLEBISCÍTO APROVE A DIVISÃO DO PARÁ, SERÁ O GRANDE GOLPE DO SÉCULO DE POLÍTICOS DA REGIÃO CONTRA À VIDA NA AMAZÔNIA E GRUPOS QUE SEMPRE FIZERAM POLÍTICA NO PARÁ MAIS QUE AGORA IRÃO TRAIR O PARÁ POR QUE SERÃO CORRETORES INTERNACIONAIS DE NOSSA AMAZÔNIA. COMO ESSES GRUPOS NÃO TEM COMPROMÍSSO COM O POVO DA REGIÃO, NÃO AMAM O BRASIL NÉM A AMAZÔNIA, ELES SERÃO BANCDADOS POR DOLEIROS ESTRANGEIROS DISPOSTOS À CABAREM COM A AMAZÔNIA, CASO SE CRIE FUTUROS GOVERNOS CARAJÁS E TAPAJÓS . O INTERESSE DE FATO É: EXPLORAR AINDA MAIS NOSSA AMAZÔNIA E COLOCAREM PLACA DE VENDA EM NOSSA FLORESTA E OFERECEREM PARA PODEROSOS INTERNACIONAIS QUE SEMPRE ESTÃO DE OLHO EM NOSSA RIQUEZA AMAZÔNICA JÁ QUASE QUE TOTALMENTE DESMATADA PELA GANÂNCIA DO CAPITAL LOCAL E INTERNACIONAL. SE VOCÊ É BRASILEIRO DEFENSSOR DA AMAZÔNIA, FAÇA SEU COMEMENTÁRIO AQUI QUE SERÁ PUBLICADO TANTO LOCAL COMO INTERNACIONAL.

Se aprovada no plebiscito marcado para 11 de dezembro, a divisão do Pará em três estados colocaria Serra Pelada dentro do estado de Carajás – os outros dois, se houver a divisão, seriam o próprio Pará (com uma área menor) e Tapajós.

Nessa hipótese, o pagamento dos royalties da mineração atualmente destinados ao estado do Pará iria para os cofres de um eventual novo estado de Carajás, que teria a mineração como principal atividade econômica da região. Uma parceria entre a cooperativa local de garimpeiros e uma empresa canadense deve permitir a reabertura no ano que vem do garimpo de Serra Pelada, desta vez com extração feita de forma mecanizada.

Em 17 e 18 de agosto, o G1 esteve em Serra Pelada e mostra em uma série de reportagens o projeto e a estrutura da nova mina, o cotidiano da localidade e a esperança dos que ainda não desistiram do sonho de encontrar ouro.

Os recursos chegariam ao novo estado por meio da Compensação Financeira pela Exploração dos Recursos Minerais (CFEM), uma espécie de imposto calculado sobre o valor do faturamento líquido do produto mineral vendido.

O acordo firmado entre a Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) e a empresa de mineração Colossus, do Canadá, que deverá permitir a reabertura do garimpo de Serra Pelada a partir de 2012, agora de forma mecanizada, prevê a extração de cerca de 50 toneladas de minérios em dez anos.

Dos três minérios que têm extração prevista – ouro, paládio e platina –, o ouro é o mais valorizado no mercado.

A unidade internacional de medida, a onça troy, equivale a 31,10 gramas de ouro. Para cada ano de exploração da nova mina de Serra Pelada, a Colossus espera extrair até três toneladas de ouro, o equivalente a R$ 285 milhões por ano. No caso do ouro, a CFEM calculada é de 1% do valor arrecadado com a venda.

Segundo a Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, desse total, 65% seriam destinados diretamente para o município de Curionópolis, onde está localizada a mina de Serra Pelada. Outros 23% seriam destinados aos cofres do novo estado de Carajás, caso o plebiscito determine a divisão do Pará. Os 12% restantes seriam pagos pela empresa para a União.

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Serra Pelada prepara retomada da exploração de ouro 20 anos depoisReuniões de garimpeiros em Serra Pelada exigem presença da PMVila de Serra Pelada ainda reproduz carências dos anos 1980Veja fotos da nova mina de Serra Pelada
"Nossa região é muito carente de poder público devido à extensão do Pará, que é muito grande. Se houver a divisão, passaremos a ter força política e de investimentos. O dinheiro que é gerado aqui, será revertido para investimentos na própria população", afirma o prefeito de Curionópolis, Wanderson Chamon (PMDB), um dos principais defensores da campanha de independência do estado de Carajás.

Por lei, a verba recebida por meio da CFEM precisa ser revertida em investimentos em infraestrutura, qualidade ambiental, saúde e educação da comunidade.

Se for criado, o novo estado de Carajás terá 39 municípios e uma população estimada de 1,5 milhão de habitantes, que poderiam ser beneficiados com os investimentos, na análise da prefeitura.

O prefeito de Curionópolis afirma que, devido à escassez de recursos da administração municipal, a empresa Colossus acaba suprindo necessidades da comunidade de Serra Pelada em áreas como saúde, educação e infraestrutura.

"A população de Serra Pelada viveu jogada durante 30 anos, sem esperança de ter melhores condições de vida. Querendo ou não, a empresa que chegou ali está melhorando as condições de vida da população", afirmou Chamon.

Na análise do economista Célio Costa, que foi professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC) e é autor de um estudo sobre a viabilidade da criação do estado de Carajás, a divisão do estado melhoraria a vida das comunidades mais isoladas.

Serra Pelada, que desde o começo dos anos 80 se transformou em um ponto de peregrinação para os garimpeiros que buscavam o ouro da região, integra hoje uma região que tem uma carência de cerca de mil médicos e 1,1 mil policiais, segundo mostra o estudo do economista, feito em parceria com a prefeitura da cidade.

"O Brasil precisa entender que, se houver a divisão, aumenta a eficiência da máquina arrecadadora, e com isso diminuem as desigualdades sociais. Existe hoje uma desigualdade muito grande na região, e quem perde com isso é a população", avalia o professor.


Rua principal da localidade de Serra Pelada, na região sul do Pará, onde não há asfalto em nehuma das ruas e o esgoto corre à céu aberto. (Foto: Vianey Bentes/TV Globo)Secretário estadual critica
Para Sérgio Leão, secretário especial de Infraestrutura e Logística para o Desenvolvimento Sustentável do estado do Pará, se o plebiscito confirmar a divisão do estado, a região de Carajás não conseguirá se estruturar tendo como base os recursos oriundos da exploração mineral, principal fonte da economia da região.

“A visão que temos é que os projetos de mineração são pouco agregadores de valor, já que os produtos não são industrializados. Os produtos são exportados de forma primária, o que acaba reduzindo os valores que são repassados para a região", afirmou.

Para o secretário, o valor dos royalties da mineração seria pequeno para auxiliar na manutenção da região. "Não acho que a estrutura mineral seja uma boa saída para a economia municipal [...] Fazer a separação não vai resolver o problema. O custo administrativo é muito pesado em relação ao PIB que os municípios têm. A separação não será boa para nenhum dos estados. Todos sairiam fracos", disse o secretário.


RUA DE SERRA PELADA NO SUL DO PARÁ SEM SANEAMENTO BÁSICO NÉM ESGOTO MESMO COM TODA RIQUEZA, NÃO HÁ ASFALTO MAIS TEM VÁRIOS GRUPOS POLÍTICOS DA REGIÃO QUE DEFENDEM A EMANCIPAÇÃO DO PARÁ SÓ PARA ENRRIQUECERM DA MISÉRIA ALHEIA NA NOSSA SEMPRE, EXPLORADA AMAZÔNIA.


Ponto de atração de trabalhadores de todo o país que migravam em busca de riqueza no início dos anos 1980, o garimpo de Serra Pelada, distrito do município de Curionópolis, no sul do Pará, começa a renascer.

Há mais de 30 anos, a exploração começou em um imenso buraco, aberto manualmente e interditado pelo governo federal em 1992 devido à falta de segurança. Agora, quase 20 anos após ser fechado, o garimpo se prepara para uma nova fase de exploração, prevista para se iniciar em 2012. Ao lado da cava onde muitos perderam a vida soterrados, uma nova mina, desta vez toda mecanizada, está em fase final de construção.

Em 17 e 18 de agosto, o G1 esteve em Serra Pelada e mostra em uma série de reportagens o projeto e a estrutura da nova mina, o cotidiano da localidade e a esperança dos que ainda não desistiram do sonho de encontrar ouro.

A nova estrutura faz renascer a fase de exploração na localidade, que chegou a ser considerada a mais farta em ouro do Brasil. A expectativa da empresa responsável pela nova exploração é de que ainda existam cerca de 50 toneladas de minério, entre ouro, paládio e platina, prontos para serem extraídos nos próximos dez anos.

O novo garimpo de Serra Pelada é resultado de uma parceria entre a Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) e a empresa de mineração Colossus, do Canadá.

A aliança, firmada em 2008, gerou uma terceira empresa, a Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPCDM), detentora da portaria de lavra, documento concedido pelo governo federal que permite a retirada de minério do local.

A portaria inicialmente foi repassada para a cooperativa, que, depois do fechamento da mina, ganhou o termo de posse do governo federal. Mas, sem recursos para realizar pesquisas que apontassem a existência de minerais, a cooperativa firmou parceria com a Colossus.

“Existe o produto e se acredita no projeto. É natural que todos os garimpeiros sonhem, como eu sonho muito, de que tem muito ouro ainda aqui. Mas se acontecer de não ser da forma como esperamos, vamos ter de esperar. O sonho do meu irmão garimpeiro é o meu sonho. E eu sonho alto. Queremos ficar”, afirma o presidente da Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), Gessé Simão.

O empreendimento
O terreno onde a nova mina subterrânea está sendo instalada tem cem hectares. Para fins de comparação, é pouco menor que a área do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, ou equivalente a quase toda a área do Vaticano. O terreno fica ao lado da antiga cava aberta pelos garimpeiros, atualmente desativada e transformada em um grande lago.

Ao todo, a Coomigasp detém três áreas de exploração no distrito de Serra Pelada, com um total de 1.089 hectares. Além do local que já está sendo transformado em nova mina por meio da parceria com a Colossus, a cooperativa ainda tem outras duas áreas, uma de 123 hectares e outra de 700, que estão sendo avaliadas pela empresa canadense.

Caso seja constatada a presença de minerais também nessas duas regiões, a cooperativa pretende firmar parceria com a Colossus, nos mesmos moldes da efetuada na nova mina de Serra Pelada.

Segundo o diretor-geral da Colossus no Brasil, Paulo de Tarso Serpa Fagundes, até 2013, a empresa canadense deve investir R$ 320 milhões, a fim de que a nova mina de Serra Pelada traga os resultados esperados.

Desde 2008, quando a parceria com a cooperativa dos garimpeiros foi firmada, já foram injetados na região R$ 190 milhões pela empresa canadense, segundo afirma o diretor da empresa.

“Este é um projeto pioneiro. Não existe empresa canadense listada em bolsa que invista o volume de recursos que a Colossus está investindo. No momento em que colocarmos a mina em funcionamento, esse modelo vai acabar servindo de exemplo para outras parcerias”, acredita Fagundes.

Exploração mecanizada
Diferentemente da antiga mina de Serra Pelada, onde a exploração era artesanal e na superfície – o que deu ao local o apelido de “formigueiro humano” –, na nova mina a exploração será mecanizada e subterrânea.

Pelo menos 350 metros de mina subterrânea já foram escavados, segundo a empresa, e a expectativa da Colossus é de que a mina alcance cerca de 400 metros de profundidade, o equivalente a um prédio de 120 andares, com rampas e acessos subterrâneos.

Abertas com o emprego de dinamite, as galerias de onde serão extraídos os minérios estão sendo concretadas, a fim de se evitar possíveis desmoronamentos. A cada explosão, avança-se três metros.

O túnel principal da mina, por onde passam os veículos e circulam os funcionários, também está recebendo telas de contenção e camadas de concreto. A movimentação da rocha é acompanhada periodicamente por meio de medidores instalados ao longo do trajeto da mina.


Galerias internas da nova mina de Serra Pelada.
(Foto: Vianey Bentes/TV Globo)Segurança
Antes de seguir pelo longo túnel que já dá forma à nova mina, os funcionários precisam passar por uma série de procedimentos de segurança.

O primeiro é um curso específico com 30 horas de treinamento, onde o funcionário recebe informação sobre primeiros-socorros e orientações sobre como se portar a tantos metros de profundidade.

“Segurança para nós é primordial”, afirma o coordenador da mina, Hélio Machado Filho.

Em geral, cada funcionário permanece até seis horas dentro da mina, sob uma iluminação que se assemelha à de uma casa à noite. Protetores de ouvido e colete sinalizador são de uso obrigatório, além de máscaras para respiração e outra chamada máscara de fuga, que tem vida útil de 25 a 120 minutos de oxigênio, em caso de possível desmoronamento. Antes de entrar na mina, todos ainda precisam verificar a pressão arterial.

As regras de segurança não faziam parte da realidade dos antigos garimpeiros, como Zaquel Neto, 42 anos. “Naquela época, a gente ia para a cava e não sabia se voltaria. Todo dia, morria gente lá dentro. Agora, vai ser diferente”, afirma o ex-garimpeiro, que trabalhou na antiga mina e agora é funcionário da empresa responsável pela abertura da nova.

O trabalho dentro da mina é realizado durante 24 horas por dia. Enquanto a nova Serra Pelada não começa a extração, cerca de 200 funcionários se revezam em três turnos de trabalho.
Banheiros químicos foram instalados ao longo da mina, e os funcionários podem sair de dentro do local até três vezes ao dia, para fazer as refeições no refeitório da empresa.

Quando a mina estiver pronta para começar a exploração, as refeições devem passar a ser servidas em um espaço dentro da mina, segundo explica o gerente de Saúde, Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Comunidade da Colossus, Raimundo Júnior.

“Vamos levar a refeição até eles [garimpeiros], já que por medidas de segurança não podemos preparar a alimentação na mina”, explica Júnior.



POLÍCIA DO PARÁ OBSERVA REUNIÕES DE GARIMPEIROS NUMA ÀREA CHAMADA BARRIL DE PÓLVORA EM SERRA PELADA.


Policial armado acompanha reunião da Cooperativa
dos Garimpeiros de Serra Pelada (Foto: Vianey
Bentes/TV Globo)Desde que assumiu a presidência da Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), Gessé Simão teve de mudar a rotina. O ex-garimpeiro, que chegou a Serra Pelada no começo dos anos 1980, não anda mais sem a companhia de um segurança particular.

As reuniões comandadas por Simão na localidade de Serra Pelada são acompanhadas por policiais militares de Curionópolis.

Em 17 e 18 de agosto, o G1 esteve em Serra Pelada e mostra em uma série de reportagens o projeto e a estrutura da nova mina, o cotidiano da localidade e a esperança dos que ainda não desistiram do sonho de encontrar ouro.

As medidas de segurança, segundo ele, são necessárias. O antecessor, Josimar Barbosa, foi assassinado com 13 tiros em maio de 2008, pouco antes de ser firmado o acordo entre a cooperativa e a empresa canadense Colossus, que deverá permitir a a abertura da nova mina de Serra Pelada.

Foi já sob a gestão de Gessé Simão que a Colossus garantiu um aditivo que dá a ela 75% dos lucros da exploração. Desde então, ele vive sob proteção.

“Somos instrumentos de uma sociedade que passou por momentos difíceis. Não foi fácil [...] Aqui morreu companheiro meu em emboscada. Nossa sede foi quebrada por vândalos que não queriam que a parceria com a empresa saísse. O pior já passou, e tudo que conquistamos foi no peito e na raça. Mas é preciso que a Justiça tenha mais atenção com a gente. Sempre houve ameaças para mim e minha família, mas a gente procura levar na paz. Eu tenho meus companheiros que não me abandonam. Eu nunca ando sozinho”, conta Simão.

O principal motivo de divergência entre os garimpeiros de Serra Pelada é a divisão dos valores a serem arrecadados com a venda do minério.

No início das negociações, em 2008, ficou acertado que 49% dos recursos obtidos com a venda dos minerais seriam destinados à cooperativa dos garimpeiros e 51% ficariam com a Colossus.

No contrato final, contudo, os garimpeiros ficaram com 25% do valor, que precisa ser dividido em partes iguais entre todos os 37 mil associados. Do total de associados, pelo menos 2,5 mil são moradores da região de Serra Pelada. Os demais, de outras cidades e estados, que estiveram em Serra Pelada no começo do garimpo, nos anos 1980.

Segundo a assessoria de imprensa da Coomigasp, a redução de 49% para 25% ocorreu porque havia uma cláusula contratual que determinava que “a empresa parceira iria investir sozinha até R$ 18 milhões em pesquisas. A partir daí, o que fosse investido a mais seria dividido entre as partes, conforme as suas participações. Segundo eles, como a cooperativa não conseguiu fazer os aportes de contrapartida, o valor foi descontado dos 49% da Coomigasp.

De acordo com a empresa, como o total dos descontos poderia reduzir a participação da cooperativa a um percentual inferior a 10%, houve uma negociação, com a participação do Ministério das Minas e Energia, que resultou em um aditivo ao contrato definindo uma parcela mínima de 25% para a Coomigasp.

Assim, a empresa canadense fica com a maior parte dos recursos obtidos com a venda do material (75%). O contrato também prevê o pagamento de prêmios para a cooperativa, de acordo com a quantidade do material extraído.

Dos três minérios que têm extração prevista - ouro, paládio e platina -, o ouro é o mineral mais valorizado no mercado. A unidade internacional de medida, a onça troy, equivale a 31,10 gramas de ouro. Para cada ano de exploração da nova mina de Serra Pelada, a Colossus espera extrair até três toneladas de ouro, o equivalente a R$ 285 milhões ao ano.


Gessé Simão, presidente da Cooperativa dos
Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp)
(Foto: Vianey Bentes/TV Globo)Pelo estatuto da cooperativa, desde 2005, nenhum novo integrante pode ser cadastrado. Com isso, somente quem já é sócio da Coomigasp receberá recursos provenientes da parceria com a empresa.

“Foi um cuidado que o governo teve de exigir que a cooperativa sempre receba um valor fixo. O ouro tem um problema, que é um minério em forma de moeda. Tratando-se de uma região como Serra Pelada, em que o clima é tenso, foi a forma que o governo teve de intervir. Eles não vão ser mais garimpeiros, vão ser sócios de um empreendimento”, diz o secretário de Geologia, Mineração e Transformação do Ministério de Minas e Energia, Claudio Scliar.

Enquanto a exploração da mina não começa e o dinheiro não chega aos garimpeiros, José Rogério Santa Rosa, 49 anos, paga R$ 5 de mensalidade à Coomigasp. Sem dinheiro nem minério para ser explorado, ele deixou Serra Pelada e sobrevive vendendo cocadas na beira da rodovia PA-275.

Santa Rosa saiu de Marabá (PA) para a localidade em 1980. Ele espera que a nova mina possa trazer melhorias e os recursos tão sonhados da mineração.

“Se o contrato for honesto, é claro que a cooperativa vai ser beneficiada. E eu espero ter a minha parte nisso tudo”, disse o garimpeiro.


SERRA PELADA AINDA SE PARECE COM OS ANOS DE OURO DA DÉCADA DE 80 SEM POLÍTICAS PÚBLICAS MESMO TENDO POLITIQUEIROS LOCAIS SEM AÇÃO DE GOVERNOS.
As casas de Serra Pelada ainda são as mesmas dos primeiros garimpeiros que chegaram à região. São barracos improvisados com pedaços de madeira. Ainda é possível encontrar placas em que se identificam os "dormitórios", como eram conhecidos os hotéis improvisados que abrigavam os garimpeiros.

Em 17 e 18 de agosto, o G1 esteve em Serra Pelada e mostra em uma série de reportagens o projeto e a estrutura da nova mina, o cotidiano da localidade e a esperança dos que ainda não desistiram do sonho de encontrar ouro.

Desde o início dos anos 1980, quando a busca pelo ouro teve início na região, Serra Pelada nunca recebeu uma camada de asfalto. Imensos buracos na rodovia BR-155 dificultam o acesso à localidade a partir de Marabá (PA). A visibilidade na estrada de terra é reduzida, em razão das queimadas na região.

Mas o asfalto ainda não está nos planos da empresa canadense Colussus, que, em parceria com a cooperativa dos garimpeiros, prepara a retomada da exploração de minério em Serra Pelada. Ao todo, a previsão de investimentos da empresa na região é de R$ 320 milhões até 2013.

"Vivemos a realidade da nossa região, e sabemos que eles precisam de ajuda. Fazemos a manutenção da estrada da localidade, mas não temos previsão de asfalto", diz o diretor-geral da Colossus no Brasil, Paulo de Tarso Serpa Fagundes.

A Prefeitura de Curionópolis estima que cerca de 6 mil pessoas morem na localidade. Segundo dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 18,2 mil pessoas vivem no município de Curionópolis, ao qual pertence a localidade de Serra Pelada.

No único posto de gasolina de Serra Pelada, é de forma artesanal que se abastecem os veículos que circulam na localidade, basicamente motos.

O telhado do posto é feito de palha. A única bomba de combustível só funciona se alguém estiver mexendo em uma manivela instalada dentro do compartimento por onde o combustível é colocado.

O chamado "pau da mentira", tronco de uma árvore que fica bem na entrada da vila, usado pelos garimpeiros como ponto de encontro para contar o que acontecia no garimpo, ainda está no mesmo lugar, mas a movimentação em torno da árvore diminuiu. Sem ouro em abundância como no início dos anos 1980, faltam contadores de histórias.

"Ninguém vive aqui. A gente sobrevive. A gente veio para cá com a ilusão do ouro. Não tinha num mês, esperava o outro. E assim se passaram meses e anos. Hoje, a gente está velho e continua aqui", diz o garimpeiro José Chaves Farias, que mora em Serra Pelada desde 1982.

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Serra Pelada prepara retomada da exploração de ouro 20 anos depois Reuniões de garimpeiros em Serra Pelada exigem presença da PMFotos da nova mina de Serra Pelada, no Pará Garimpeiro artesanal abre buraco em casa para tentar achar ouroSem estrutura e com o esgoto correndo a céu aberto, Serra Pelada apresenta elevada incidência de hanseníase e de portadores do vírus da Aids, segundo dados da prefeitura.

Uma recente bateria de exames feita pelo posto de saúde da localidade apontou que, de 96 pessoas submetidas a exames, 45 eram portadores do vírus HIV, da Aids.

Programas de prevenção estão sendo organizados pela prefeitura e pela empresa eColossus, a fim de auxiliar na redução dos problemas de saúde da comunidade.


Ùnico posto de gasolina da localidade de Serra Pelada também funciona de forma artesanal.
(Foto: Vianey Bentes/TV Globo)Dentes de ouro
Aos 82 anos, o cearense Mariano da Silva chegou à região de Serra Pelada em abril de 1980, e desde então nunca mais deixou o local. Da grande cava aberta pelos primeiros garimpeiros, Silva guarda as lembranças e algumas gramas de ouro, transformadas em quatro dentes.

"Eu tinha um pouco de ouro que guardei e coloquei nos dentes. Eu acho bonito. Fico olhando no espelho os dentes de ouro", conta o garimpeiro.

Sem dinheiro para deixar a localidade, Vicente Silva constituiu família na região. Casou e teve cinco filhos, dos quais dois ainda moram em Serra Pelada, sobrevivendo com os poucos recursos que ainda conseguem retirar da exploração manual do ouro.

Em razão da idade avançada e um braço quebrado, que não foi recuperado, Silva não trabalha mais. Recebe uma aposentadoria por mês e tem de plantar parte do que come.

Sócio da Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), Silva espera receber em breve os recursos a serem destinados aos garimpeiros pelo acordo firmado com a empresa canadense responsável pela exploração da nova mina de Serra Pelada. Apesar das dificuldades, ele não reclama de viver no local.

"Estou feliz aqui porque estou esperando meu dinheiro. Com fé em Deus a nova mina vai funcionar e nós vamos ter nosso dinheiro também", afirma.
FOTO DA NOVA SERRA PELADA AGORA VIGIADA POR ESTATAL INTERNACIONAL EM PLENA AMAZÔNIA DE NÓS TODOS BRASILEIRINHOS

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